sábado, 15 de janeiro de 2011

Socorro! Não sei lidar com minha filha de 7 anos

Ela conhece todas as regras do que pode e do que não pode fazer, mas ela sempre acha que pode enganar e descumprir tudo. O que está no alto não pode mexer, porque não é de uso para crianças. E toda vez que está sozinha em um quarto, ela sobe (arriscando machucar-se) usando qualquer coisa como escada (livros, cadeiras, camas que arrasta até o armário, cestos de roupa, baldes, banco da bateria...). Desorganiza meus livros; mistura e amassa os trabalhos dos meus alunos; destrói minha maquiagem; joga toda roupa de cama no chão; suja o colchão com a base em creme e o pó compacto; rasga a tela anti-mosquitos da janela; rabisca paredes e as marca com um beijo de baton; desfila com os vestidos e sapatos de festa; bebe coca-cola e leite na boca; mancha e detona os cabelos de todas as bonecas (eu já desisti de comprar bonecas caras para ela, mas tem sempre alguma alma ingênua que a presenteia); é dominadora e agressiva com o irmão, sempre o provocando, insistentemente, com palavras como “chato”, “bobão”, “neném” e com cutucadas irritantes; e esconde todas as provas atrás da sua cama, às vezes, denunciado pela fila de formigas quando o material é feito de doce.

Ok, eu sei que é uma fase egocêntrica e ela sempre fará de tudo (seja qual for a consequência) para aparecer mais do que qualquer outra pessoa no ambiente. Se a atenção de todos está na televisão, ela começa a falar alto ou a dançar na frente do aparelho. Se o objeto de atenção é o irmão, ela o empurra ou começa a falar muito alto. Se meu foco está no trabalho no computador, ela quer usá-lo com jogos ou apronta alguma para eu levantar e ver o que está acontecendo no outro cômodo.

Ok, é uma fase que a criança reage negativamente a uma ordem. Eu acho que ela nunca me obedeceu de forma espontânea ou imediata. Ou obedece lentamente, ou diz que vai fazer e não faz. Se eu realmente achar importante que ela obedeça, preciso ficar ali até ela cumprir. Porque se eu virar as costas, ela tenta enganar. E eu não sei o que passa na cabeça dela, mas realmente acredita que nunca será pega.

Ok, ela ainda está na fase de explorar tudo, mas as pessoas em volta estão menos tolerantes a isso. Se a Tia Iá não quer que mexa nas coisas dela, por favor, não mexa. Se a Tia Lele não quer visitas no quarto, por favor, não entre, filha. Será possível explorar somente o mundo autorizado? Ah, tá bom: já sei a resposta. Mas, eu, realmente, não sei lidar com essa fase terrível dos 7 anos. Quando acaba? Onde foi parar minha bebezinha encantadora?

Bem, fora esses probleminhas, é a filha mais perfeita e linda do mundo. E sou muito grata a Deus pelos filhos maravilhosos que Ele me deu. Mas seria muito cruel se eu aumentar o peíodo da soneca? kkk

sábado, 7 de agosto de 2010

Num piscar de olhos


Pisque agora! Vamos, tome coragem e pisque. Pode ser escondidinho. Ninguém precisa ver. Pisque! Também pode experimentar em frente a web cam e mandar para o blog. Um... Dois... Três... Já! Piscou? Pronto, Deus já fez. :)
Às vezes, nos ocupamos demais com coisas que ainda não aconteceram ou nem acontecerão. Ocupamos nossas mentes e corações, ocupamos nossos momentos com os filhos e nossos momentos de estudo com ansiedades, dúvidas, medos. Isso é besteira! Mas é claro que é mais fácil dizer do que fazer.
Mas, hoje, aconteceu. Quando abri meus olhos após um piscar, Deus já havia feito. Acontece que durante o instante do piscar, Deus já estava trabalhando ao meu favor. Mas o tempo que, agora, é só um instante, antes, era um loooongo período de incertezas e angústias. Dizem que o tempo é relativo... Acredito que sim. E quando o tempo interminááááável de pre-ocupações finalmente passa, me envergonho por não ter percebido imediatamente que era só um instante.
Glórias a Deus!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ah, o amor...

"Penso em você nos primeiros 5 minutos, quando desperto...
E nos últimos 5 minutos, antes de dormir".

Não importa quem diga essa frase linda... Marido, amigo, filho, irmã, mãe, orientadora, chefe, pastora, professor... Não importa mesmo. Ouvir isso de qualquer pessoa que Deus colocou, de alguma forma, em sua vida, é bom demais.
Já pensou ouvir isso daquela senhorinha na padaria? E daquela amiga que você não vê há um tempão? Hummm... Aquela pessoa que você acha um máximo? Ah, fala sério. É bom demais.
Todo mundo quer ser amado. Todo mundo quer ser lembrado. Bom, eu quero. E não tenho medo de expor que eu quero 1 milhão de amigos, quero 1 milhão de pessoas que lembram de mim, mas só se for com muito carinho. Você não?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pais Maus, de Carlos Hecktheuer

Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de lhes dizer: “Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão, a que horas regressarão. Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia. Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e fazê-los dizer ao dono: 'Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar'. Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, por duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos. Eu os amei o suficiente para deixá-los ver, além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos. Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade de suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração. Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se seus pais eram maus, vocês vão lhes dizer: ‘Sim, nossos pais eram maus. Eram os pais mais malvados do mundo’. "As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos de comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e sorvetes no almoço, e nós tínhamos de comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E eles nos obrigavam a jantar à mesa, bem diferente dos outros pais que deixavam seus filhos comerem vendo televisão. Eles insistiam em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e “fuçava” nos nossos e-mails). Era quase uma prisão! Eles tinham que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistiam que lhe disséssemos com quem iríamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas eles 'violavam as leis do trabalho infantil'. Nós tínhamos de tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruel. Eu acho que eles nem dormiam à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer. Eles insistiam sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata! Eles não deixavam os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham de subir, bater à porta, para eles os conhecerem. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos de esperar pelo menos os 16 para chegar um pouco mais tarde, e eles levantavam para saber se a festa tinha sido boa (só para ver como estávamos ao voltar). Por causa de nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência: Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. FOI TUDO POR CAUSA DELES! Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos “PAIS MAUS”, como os nossos foram. Eu acho que esse é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes pais 'maus'!"

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Time Goes By (1990/1991), Rebecca Horn

Eu nunca ouvi falar em Rebecca Horn até conferir a exposição Rebelião em Silêncio, no CCBB do Rio. Artes contemporâneas são ainda mais loucas do que as outras, parecem ainda mais próximas do ideal artístico de inutilidade. Mas, como sempre, eu não consigo apreciar arte sem buscar objetivos, justificativas, métodos. Meu olhar Moderno me aprisiona nas causalidades e, provavelmente, não quero me ver livre delas totalmente. Então, hibridizamos e deslizamos...
Sugiro que experimentem observar e o que mais quiser fazer na mostra de Rebecca Horn no CCBB, até 18 de julho. Mas façam isso com tempo, para aproveitar melhor o que a exposição têm para lhe oferecer. A mim, ofereceu sensações, pensamentos e um texto ao observar a obra intitulada O Tempo Passa:

Os binóculos que buscam ver de longe o que está perto do Outro. Os filmes que retratam experiências vividas pelo Outro. Os termômetros que medem nas ordens física e moral. Os sapatos que protegem os pés que se sujam e sujam as páginas da história.
O mal está sempre perto e nós sempre espiando o sofrimento, as câmaras de gás, os gritos, as dores, os medos, as mortes. Quem quer largar os binóculos da epistemologia iluminista e sair da zona de conforto? Quem quer ousar vivenciar como sujeito e deixar de objetificar o Outro?  (by Cassandra Pontes, 2010 ;-)